sábado, julho 26, 2008

POWAR!!

"God of War"

Bom, devo dizer que esse foi um pensamento que me intrigou bastante essa semana, creio que pelo fato de um novo jogo a ser lançado e que trouxe tal questão a mim mesmo: Da onde vem tal prazer em jogos que contenham violência?

Bom, estava lendo um artigo "Jogos Eletrônicos Violentos e Estratégias de Resolução de Conflitos de Jovens da Cidade de Vitória", num geral, é sobre a influência de jogos com conteúdo violentos sobre os jovens, como já é de costume, ligar os jogos a violência real, ou seja, chegar a uma conclusão de que Duke Nukem causou massacres ou não (creio que muitos se lembram de fatos que atribuíram a esse jogo como verdadeiro culpado).

Direi por mim (pois é o único que posso falar sobre, e ainda sem certeza) que tais jogos não têm tal poder, na verdade num geral, acredito que ele funcione de forma contrária ao dito, ou seja, temos por natureza um lado agressivo (somos animais e como qualquer outro, isso é um sistema de defesa natural, "se não dá pra fugir então tente viver"), mas claro que por vivermos em sociedade tal existência deve ser usada de maneira diferente, provavelmente a incorporamos em esportes, trabalho e tantos outros momentos propicios ao desafio mundano de quem são o melhor.

Porem, em todos esses momentos é proibido atos de agressão, digo, não vão desafiar o time oposto a ver quem quebra mais pernas durante uma partida de futebol. E eis ai uma questão dos jogos eletrônicos, neles podemos virtualmente quebrar nossos melhores amigos. E não estou falando mal desses jogos, na verdade não queremos quebrar nossos amigos, mas será que nunca passou a pequena vontade de que alguns dos golpes usados nos jogos seriam muito bem utilizados em algum governante estadunidense, daqueles bem idiotas. Creio que sim, ao menos pra mim sim, claro que não só para membros desse "país", mas por muitos outros também.

"Def Jam Fight"

Então, voltando a questão do "contrário" ao ponto de vista de criação da violência por meio desses jogos, acredito eu que eles por usarem essa nossa necessidade em gastar nosso lado agressivo nos tornam virtualmente agressivos, onde procuramos jogos violentos que nos "divirtam" e permitam que esse desejo seja liberado e assim mantemos uma vida mundana "pacifica" e digo mais, uma vida passiva onde colocamos nossos anseios e força em atos fúteis enquanto não guardamos essa essência para ser utilizadas em lutas reais, e ai não coloco somente jogos eletrônicos como únicos influenciadores da passividade, mas sim todo e qualquer ato dos participantes acabe por fazê-lo lutar por algo sem sentido num contexto geral, resumindo, torcidas de futebol causando confusões, brigas sobre o "personagem mal da novela", resmungos eternos nos ônibus...

Bem, creio que já dei certa viajada. Voltando a questão inicial após pensar sobre isso, chego a essa conclusão de que:

- A necessidade existencial de sobrevivência causa o prazer por esses jogos(assim como filmes e etc).

- O fato de serem virtuais os torna aceitáveis dentro de uma sociedade onde tais atos não são aceitos, pois não somos animais para agir assim (é o que dizem).

- Ao utilizarmos nossa vontade de batalha em situações virtuais ou em momentos sem necessidade para isso deixamos de fazer isso em assuntos que seria necessária tal intervenção (não num geral, mas teremos preferência por fazê-lo do modo que estamos acostumados, é uma aprendizagem.)

- Tais métodos então são perfeitos para se manter pessoas "presas em suas coleiras"

É claro que, jogos são sempre muito bons para aprendizagem também, e não são passivadores se usados conscientemente, diria que eles só se tornam passivadores quando que o utiliza não percebe que o que esses equipamentos estão fazendo é mantê-los longe do pensar.

MadWorld(jogo que será lançado)


Obs.: Num ponto de vista de passividade jogos se tornam = filmes = seriados = novela.

Obs2: Depois alguém me diz aonde eu cheguei nesse texto, porque nem mesmo eu sei se cheguei a algum lugar.

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10 comentários:

Anônimo disse...

Penso que gostamos de jogos violentos por questão de instinto mesmo. Como você fala no texto, somos animais. E precisamos liberar esse tipo de violência e cada um libera de um jeito. Como não podemos sair pelas ruas batendo ou matando quem nos dá na telha, canalizamos essas sensações em outras. Pode ser falando de maneira agressiva, jogando videogame ou até mesmo sexo selvagem (lol).

E a preferência por jogos violentos não nos faz pessoas violentas, claro. É uma maneira que encontramos de liberar esse estresse.

E deve ser foda o Mad World... jogos para Wii tão violentos? Prevejo muito mais televisores quebrados...

dmariano disse...

Sim pensei em sexo selvagem tb lol
Mas ai entra questão de desejo por "soberania" tambem acredito eu, aquela questão de "estar por cima e no comando".

Realmente, Nintendo permitindo jogos assim é estranho, muito estranho.

Anônimo disse...

Nossas mentes são perturbadas, Dejota... xD

dmariano disse...

Minha mente é totalmente perturbada isso eu nunca vou discordar, efeitos da tentativa de viver na sociedade.

Rabay disse...

Nintendo deve estar querendo trazer o típico gamer pro seu lado pra fazer companhia ao jogador casual com esses jogos... Enfim, ampliação de mercado.

Eu sou totalmente a favor de qualquer tipo de jogo, explore ele o que quiser (a liberdade de criação acima de tudo). Se precisar haver alguma restrição, que seja por parte dos pais da criança. A classificação indicativa da faixa etária do jogo está aí pra isso.

Esse MadWorld é realmente violento, mas dêem uma olhada nesse aqui:
http://br.youtube.com/watch?v=PGuhX5AmjuA
Manhunt, esse sim é doentio, heheh. Mas reitero o que disse acima, o governo restringir um jogo desses por exemplo é besteira - a proposta dos jogos é justamente sair da realidade e fazer coisas que você não faria no mundo real, seja por serem de um universo fantástico, seja por elas serem proibidas.

Nefelibata disse...

Olha, eu também sou liberal para jogos eletrônicos e tudo mais, mas não me convence essa de que "pode fazer no jogo o que não dá para fazer no mundo real". Isso está meio desajustado.

Vamos pensar no seguinte jogo: "Fuhrer". O objetivo é vestir uma farda da SS e, através da caça a judeus, homossexuais, negros, ciganos e doentes, conseguir promoções no governo nazista. Quanto mais crueldade você aplicar na tortura e morte dos capturados, maior a chance de conseguir ficar ao lado de Hitler, podendo, eventualmente, até mesmo sucedê-lo quando ele se matar. Façamos de conta que "ganha" o jogo se você conseguir implantar o III Reich.

Devemos proibir isso? Não sei. Mas certamente isso não é um assunto que podemos dizer tranqüilamente "vai produzindo, venda e deixa a galera jogar". SE um jogo como esse que idealizei fosse usado justamente para servir de crítica ao nazismo, algo como uma mensagem aos novos xenófobos, alertando para o que a xenofobia pode provocar, por exemplo... bem, seria algo interessante. Mas qual é reflexão de MadWorld? São jogos divertidos para mim, que me considero saudável... mas não acho que teve o mesmo efeito no Devin Moore, que resolveu um dia fazer live de GTA e, quando foi preso depois de roubar um carro e matar 3 policiais com tiros certeiros, disse "a vida é como um videogame, uma hora você morre".

Felizmente, o cara é uma exceção, mas não acho que medidas como classificações indicativas sirvam para ele. Eu mesmo: jogo videogame há uns 10 anos e nunca meus pais perguntaram que tipo de jogo eu jogava. Seus pais já conferiram isso? Começa que compramos jogos piratas, então essa história é balela.

Repito: não sou contra a produção de jogos violentos, sou contra a produção e diversão irresponsável neles. E acho que muitas vezes os gamers invocam um discurso politicamente correto para encobrir sua mera vontade de se divertir. Isso também é hipocrisia.

De fato, existe uma vontade agressiva dentro da gente, principalmente os homens, que têm testosterona. Mas até aí, qualquer esporte consegue dar conta dessa necessidade de gastar energia. A violência pela violência, contudo, é coisa do circo romano.

Rabay disse...

Bem, não tinha pensado num exemplo como esse do jogo nazista... Se um jogo desses existisse nesses moldes, provavelmente serviria para passar mensagens nazistas (a não ser que o público jogador seja suficientemente consciente a ponto de não ser influenciado por isso, o que infelizmente não acontece, principalmente com os americanos). Mas digamos que esse mesmo jogo descaracterizasse as minorias que seriam alvos de racismo, será que ele não seria válido, então? Talvez se a simulação fosse bem aprimorada, podendo você escolher o caminho que quisesse dentro do jogo... Bom, não sei se há uma saída, realmente é complicado tocar nesse assunto, porque minorias inteiras poderiam estar sendo ofendidas num jogo com esse.

Quanto à reflexão de Madworld... Realmente é necessário que um jogo tenha uma reflexão?

Acho que o que aconteceu com esse cara que cometeu os assassinatos no "estilo GTA", foi que ele refletiu com a ajuda do jogo seus desvios comportamentais. Se a série Jogos Mortais tivesse trinta filmes e el4e tivesse assistido todos umas três vezes cada, provavelmente ele ia sair por aí fazendo as armadilhas dos filmes. A questão é que os jogos estão muito mais inseridos nas vidas dessas pessoas que qualquer outro tipo de mídia, como os filmes. Pois nos jogos a pessoa pode controlar o protagonista, fora que o "tempo de exposição" é muito maior também. Mas ainda assim, eu preferiria que os jogos tivessem uma liberdade de criação como a dos filmes (bom, talvez já tenham), e que a sociedade tentasse impedir a criação de psicopatas como esse através de uma melhor educação.

Sobre a classificação indicativa, realmente meus pais nunca deram atenção a isso, assim como os de ninguém, provavelmente. O que eu quis dizer é que, se realmente há uma influência dos jogos violentos, os pais devem começar a dar atenção ao que seus filhos estão jogando, afinal estes jogos estão fazendo parte, queiram eles ou não, de suas formação psicológica. Agora, contra os malucos de 40 anos, creio que não há muito o que se fazer, como eu disse acima, os desvios deles apenas se refletiram nos moldes dos jogos violentos, como poderia ocorrer com um filme violento por exemplo (lembrando do caso Columbine e do filme Matrix - os dois garotos se caracterizaram como os personagens); mas lembrando, esses são apenas exceções dentro de milhões.

Ei, me chamou de hipócrita indiretamente! XD Eu não sou grande consumidor de jogos violentos, acho que o máximo que cheguei a jogar (e gostar de jogar) foi Max Payne. Então não se preocupe que eu não sou parte interessada =P

Enfim, deixo a sugestão de, em vez de governo e autoridades se preocuparem com a censura de jogos violentos, que se empenhem em difundir jogos educativos (talvez nas escolas, por que não?), como SimCity e Spore... Bom, na verdade não acredito que esses vão lá ensinar alguma coisa. Mas é a diferença de se investir na polícia e investir em educação, ao meu ver.

Anônimo disse...

Hey, e a violência sexual dos jogos? É justo a mulher ser tratada como objeto em sua maioria das vezes? Mesmo quando ela é a heroína (vide Lara Croft), tem um certo jeito de "carne" que irrita. Não tô dizendo que todas têm que estar vestidas dos pés á cabeça, nem que tenham que ser freiras, mas precisa mesmo de toda essa apelação?

Sexo vende muito, só ver nos eventos de anime.

Nefelibata disse...

@Rabay: Desculpe se, na minha empolgação, acabei sem querer supondo o que não deveria :p

Mas eu acredito que jogo sem reflexão, se for, tem que ser algo como sudoku, tetris ou pacman.

Se a gente sair do mundo dos jogos e ver todo o resto: nos programas de tevê, cinema, noticiários, estádios de futebol, grupos escolares, comportamento humano, justiça... as coisas estão gradativamente se tornando mais insensíveis, como se tudo caminhasse para o grande circo romano.

É essa insensibilidade derivada da irreflexão que critico. Um jogo da violência pela violência... por que quereríamos? Mesmo em comunidades de lobos ou macacos, o violento por si só termina excluído ou morto pelo grupo. Não tem essa de que "serve para deixar nossos instintos em paz". Violência não é sinônimo total de gasto de energia. Quem aqui já treinou artes marciais a sério sabe perfeitamente que uma coisa é querer se mexer, outra é querer abrir tripas.

Quanto à apelação sexual... bem, depois do alimento, é a forma mais primitiva de se atrair... just money mesmo.

Douglas Terenciano disse...

eita porra.....escrevendo sobre jogo agora?

hauahuahaau

dahora.....